quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Hábitos saudáveis para meditar

Quando começamos a praticar, concentramo-nos em aprender a distinção entre virtude e desvirtude. Ao nos conscientizarmos do predomínio das desvirtudes em nossa mente, passamos a evitar a negatividade. A concentração contínua na virtude nos permite desenvolver hábitos saudáveis em nossas ações, fala e pensamentos. Por fim, quando conseguimos descansar sem esforço no reconhecimento da nossa verdadeira natureza, isso se torna a nossa prática principal. Nesse contexto, percebemos que os fenômenos surgem como o arco-íris ou as nuvens, ou como o Sol e a Lua que nascem e se põem na vastidão do céu sem que este jamais se modifique. Descansamos com clareza e ciência na natureza da mente, que é como o céu.

Chagdud Tulku Rinpoche (Tibete, 1930 - Brasil, 2002)
"Para abrir o coração", II 17

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Aprendendo a lidar com a perda e a dor

Para encontrarmos caminhos de não violência ativa é importante aprendermos a lidar com a perda e a dor. Temos de sair do campo dos rancores, das raivas, das vinganças e entrar no campo das virtudes. Recentemente o Presidente Obama, no dia de sua posse falou sobre isso em seu discurso. Sofremos muito já no passado. Já houve muita dor, perda e tristezas. Agora estamos aqui. É hoje. O lugar de nosso despertar. Aqui e agora o momento da libertação. Não é o que todos queremos, ser livres? Liberdade é responsabilidade. Não apenas por si mesma, mas por tudo que existe. Somos a vida da Terra. Estamos interconectados com tudo que existe. Cada uma de nós que se torna verdadeiramente livre e atuante no mundo para o bem de todos os seres faz com que toda a humanidade sorria. Vamos cultivar sorrisos, certezas, alegrias, esperanças e manter a força do Touro, a determinação e o foco para juntos criarmos um mundo cada vez melhor. Cada obstáculo, dificuldade, perda é uma porta, uma entrada, uma possibilidade de mudança, um novo encontro. Avante. Caminhe. Não apenas contando as dores e perdas, mas lembrando das alegrias e ganhos. Agradeça, encontre os caminhos da transformação e mais do que tudo, Aprecie sua vida.

Mãos em prece
Monja Coen

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Feliz carnaval

Para os que vão se divertir nos festejos momescos...sabedoria
para os que vão buscar tranquilidade...sabedoria
Seja qual for o ambiente, que possamos nos entregar a realização constante do momento presente e que neste estado de profunda sabedoria possamos encontrar a verdadeira paz.

Tashi Delek.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O CÉU É A MENTE

Muitas pessoas desejam meditar. Elas compreendem muito bem que a meditação concerne a mente, mas de um modo geral não sabem o que ela é com precisão. É um pouco como o céu. Todo mundo sabe o que ele é; ninguém jamais dirá: "0 céu? não conheço." Todavia, a idéia que temos do céu é muito imprecisa e é raríssimo encontrar alguém capaz de defini-lo. Se perguntarem "0 que e o céu?" a pessoa interrogada mal poderá apontar o dedo para o alto e dizer: "É aquilo o céu." 0 mesmo acontece com a meditação: sabe-se que ela existe, pensa-se na maioria das vezes que e uma boa coisa, mas não se sabe realmente o que ela é. 0 que é o céu? Dir-se-á habitualmente que o sol esta no centro do céu, a noção de centro implicando a de confins. Um francês estará inclinado a conceber esse centro e esses confins em relação com a França, porem, um habitante de um outro pais aplicará essa mesma relação a seu pais. Isso basta para mostrar que as noções de centro e confins do céu são subjetivas e não correspondem a uma descrição da realidade. As pessoas que tem a imensa felicidade de habitar a Provença dizem bem amiúde: "Como o céu é belo em nossa região!". Assim, é possível delimitar um pedaço de céu do qual se poderia dizer, de maneira exclusiva: "Essa parte do céu é o céu da Provença". Todo mundo sabe ainda que o céu é azul. Mas bem poucas pessoas sabem a razão dessa cor. De onde ela vem. É ela material? Imaterial? Qual é também a dimensão do céu? A meditação concerne a mente. A mente é muito semelhante ao céu: sem forma, sem substância, sem dimensão. Tal como o céu, todos sabem que ela existe, mas raríssimos são aqueles que sabem o que ela é verdadeiramente. Tal como o céu, a mente é desprovida de centro e de limites. Não temos, contudo, a experiência desse estado ilimitado; reduzimos, ao contrario, o infinito ao finito e permanecemos encerrados nos limites estreitos do que chamamos "eu". Esse estreitamento corresponde a limitação subjetiva implicada na noção de "nosso céu" quando um provençal, por exemplo, fala do céu do sul da França, como se existisse um pedaço de céu que se pudesse recortar e definir como se reportando especificamente a uma região. Na mente infinita, sem centro nem limites, nós nos assimilamos a uma entidade reduzidíssima: o ego. Dai surgem todos os nossos sofrimentos e todas as nossas dificuldades, tanto físicas como mentais. É verdade que certos sofrimentos estão em relação com as circunstancias exteriores e que é mais ou menos possível proporcionar soluções materiais a eles. Perante os sofrimentos interiores, ao contrário, todo remédio material permanece inútil. Suponhamos um rei num país em paz e próspero, a noite, em seu palácio bem guardado. Esse rei, que possui todas as circunstâncias exteriores da felicidade, dorme. Em seu sonho surge um inimigo que o persegue e procura matá-lo. 0 rei sofre de angústia e pavor. Os sofrimentos desse sonho não poderiam ser aliviados por nenhum remédio exterior a mente do sonhador. Podemos, do mesmo modo, possuir todas as condições materiais necessárias para ser felizes. No entanto, elas não tem utilidade para a mente que sofre. Só o caminho espiritual e a meditação permitem que nos liberte-mos dos sofrimentos, das angústias e das dificuldades interiores.

do livro "Meditação - Conselhos aoPrincipiante" de Bokar Rimpoche

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Os incríveis efeitos da meditação no cérebro e na psique


Pesquisas científicas estão comprovando aquilo que os iogues e monges já sabiam há milênios – a meditação é muito mais do que uma simples técnica de relaxamento; a prática regular da meditação altera as estruturas neuronais do cérebro, estimulando as emoções e sentimentos positivos e incrementando as capacidades da mente.

Reportagem da Revista Planeta Junho/06

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Meditar sobre a mente

Esforçando-nos regularmente para concentrar-nos assim sobre objetos, nós nos preparamos para meditar sobre a mente. Vimos como nossa mente estava ocupada por um contínuo fluxo de pensamentos, apoiando-se principalmente sobre o passado e sobre o futuro. Um pouco de reflexão faz-nos, portanto, tomar consciência, em primeiro lugar, da inutilidade dos pensamentos concernentes ao passado. Fazemos ressurgir em nossa mente acontecimentos do passado, e sofremos por isso. Todavia, são apenas pensamentos, nada mais. Alem disso, agitam o que não existe absolutamente mais: o passado passou, em definitivo. A partir do momento em que compreendemos a não-existência presente desses acontecimentos, em que compreendemos a falta de sentido, de utilidade e de beneficio desse tipo de pensamentos, desde logo eles cessam de nos prejudicar. Temos a mesma atitude em relação ao futuro: pensamos no que deveremos fazer num futuro próximo ou longínquo, o que engendra inquietudes e preocupações e, por conseqüência, sofrimento. Aí ainda, se refletimos bem sobre isso, compreendemos que o futuro, no momento, não existe em absoluto. Não há, portanto, nenhuma utilidade em criarmos dificuldades em relação com o que não tem existência. Meditar sobre a mente significa que não seguimos os pensamentos que nos levam para o futuro, que também não seguimos aqueles que nos puxam para o passado. Deixamos a mente no presente, tal como ela é, sem distração, sem procurar fazer nada. Assim, uma certa experiência nasce na mente. Permanecer nessa experiência o máximo de tempo que se puder, é isso meditar. Quando meditamos assim, permanecemos simplesmente nessa experiência, sem nada acrescentar a isso. Não nos dizemos: "Aqui esta bem; aqui não está bem; pronto, aqui estou; não, não estou aqui; a mente é vazia; não, de fato ela não é vazia", etc. Permanecemos sem comentários. A experiência da meditação implica a paz e a felicidade, mas ela permanece fundamentalmente indescritível. É impossível dizer disso: "é isso" ou "não é isso". [...]

do livro "Meditação - Conselhos aoPrincipiante" de Bokar Rimpoche

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Sem forçar

A meditação não deveria ser uma tarefa na qual nos forçamos ‘com os dentes trancados e os pulsos cerrados’; deveria ser algo que nos convida, pois nos enche de alegria e inspiração. Enquanto tivermos que nos forçar, ainda não estaremos prontos para a meditação. Ao invés de meditar estaremos violando nossa verdadeira natureza. Ao invés de relaxar e deixar passar, estaremos nos segurando em nosso ego, em nossa força de vontade. Dessa forma, a meditação se torna um jogo de ambição, de conquista pessoal e engrandecimento. Meditação é como o amor: uma experiência espontânea – não algo que possa ser forçado ou adquirido através de esforço excessivo.
Portanto a meditação buddhista não tem outro propósito senão trazer a mente de volta ao presente, para o estado de total consciência desperta, por meio de uma limpeza de todos os obstáculos criados pelo hábito ou pela tradição.
O Buddha obteve Sua Iluminação pelo desenvolvimento de Sua mente. Ele não buscou um poder divino para ajudá-Lo. Ele conquistou Sua sabedoria através do esforço próprio pela prática da meditação. Para se ter um corpo e uma mente saudáveis e atingir a paz na vida, é preciso aprender como praticar a meditação.

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No que os Budistas Acreditam
por Ven. Dr. K. Sri Dhammananda