Um dos principais ensinamentos do Buddha é a lei do karma, o ensinamento que todas as vidas que temos não são sem causa, não são criadas por outros seres e não são por coincidência, mas são criadas por nossas próprias ações. Todas as coisas positivas tais como o amor, vida longa, saúde boa, prosperidade e assim por diante também não são dadas por ninguém.
É através de nossas próprias ações positivas no passado que hoje usufruímos de todas as coisas boas. De modo similar, todos os aspectos negativos, como vida curta, doença, pobreza, etc. e todas as coisas indesejáveis também não são criadas por um agente externo, mas por nossas próprias ações, as ações negativas que cometemos no passado.
Se desejarmos realmente estar livres do sofrimento e experimentar a felicidade, é muito importante trabalhar nas causas. Sem trabalhar nas causas, não podemos esperar produzir quaisquer resultados. Cada e toda coisa devem ter sua própria causa e uma causa completa — as coisas não podem aparecer sem uma causa. As coisas não aparecem do nada, de uma causa errada, ou de uma causa incompleta. Assim, a fonte de todos os sofrimentos são as ações negativas. As ações negativas significam basicamente não conhecer a realidade, não conhecer a verdadeira natureza da mente. Em vez de ver a verdadeira natureza da mente, nos agarramos a um eu sem qualquer razão lógica. Todos nós temos uma tendência natural de aderir a um eu porque estamos acostumados a isso. É um tipo de hábito que formamos desde tempos remotos.
Entretanto, se examinarmos e investigarmos cuidadosamente, não podemos encontrar o eu. Se houver um eu, ele tem que ser corpo, mente ou nome. Primeiro, o nome é vazio por si mesmo. Qualquer nome pode ser dado a qualquer um. Assim o nome é vazio por si mesmo. Do mesmo modo o corpo. Nós dizemos "meu corpo" justo como "minha casa, meu carro, meu lar, meu país" e assim por diante, de modo que o corpo e o "eu" são separados. Se examinarmos cada parte do corpo, não podemos encontrar em nenhum lugar qualquer coisa chamada "eu” ou a identidade. São apenas muitas coisas juntas que formam o que concebemos como o corpo ou o eu. Se investigarmos com cuidado da cabeça ao dedo do pé, não podemos achar em nenhum lugar uma coisa chamada eu. O corpo não é um eu porque tem muitas partes, muitas partes diferentes. As pessoas podem permanecer ainda vivas sem determinadas partes do corpo, assim o corpo não é o eu.