sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Meditação Shamata (4)


...Há um ponto difícil aqui, os pensamentos estão vindo e estou dizendo para vocês voltarem à respiração, para se concentrarem na respiração. Vocês automaticamente pensam nisso como, "Oh, isto significa que o Rinpoche está dizendo que devemos parar os pensamentos e voltar a nos concentrar em nossa respiração". Isto não é o que quero dizer. Não estou dizendo que vocês devem parar estes pensamentos. Não estou dizendo isso. Tudo que estou dizendo é para se concentrarem na respiração. Essas são duas coisas diferentes. Quando os pensamentos vierem, não os parem, não os aumentem, não os encorajem, não os desencorajem, nada. Sua tarefa é se concentrarem na respiração. É isso.
É importante que entendamos a diferença. Se eu dissesse, "Parem estes pensamentos e então voltem à respiração", isso é uma coisa — mas não estou dizendo isso. Quando os pensamentos estiverem vindo, o que vocês fazem? Voltem à respiração. Essa é a sua tarefa. Parar os pensamentos não é a sua tarefa. Não é parte deste ensinamento. Os pensamentos virão — tudo o que vocês têm de fazer é se concentrarem na respiração. É isso.
O Senhor Maitreya tem alguns conselhos realmente bons para a prática de shamatha. Quando estivermos fazendo shamatha, é importante que lembremos do antídoto. Quando a mente se distrai, temos de lembrar do antídoto. O antídoto aqui é muito simples, voltar à respiração e se concentrar nisso. Essa atenção tem de estar lá toda vez que nos distrairmos. Chamamos isto de aplicar o antídoto. Mas às vezes aplicamos demais o antídoto. Isso pode causar tanto torpor quanto agitação. Perceberam isso? Se vocês se preocuparem muito, em outras palavras, se vocês se mantiverem aplicando o antídoto — antídoto, antídoto, antídoto —, é quase como aplicar o antídoto onde não há veneno e, de fato, isso se torna um problema. Isso se torna uma causa de torpor ou agitação.

Dzongsar Jamyang khyentse, Thubten Chökyi Gyamtso

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