quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Nova medit-AÇÃO. Venha meditar conosco!

foto: medit-ação em Salvador-BA, dia 25 de julho de 2010. Por Fabio Camelo.
Medit-AÇÃO em Poto Alegre e Salvador
(ação coletiva)
Se estiver interessado forme um grupo na sua cidade que a gente divulga aqui no blog.

O que é?
Iremos nos sentar no chão, em posição de meditação.E meditar.Só isso.
Quando? Onde?Em Porto Alegre, será na Rodoviária, dia 25, quarta, das 12h às 13h.
Em Salvador, será no Farol da Barra, dia 29, domingo. Às 16h30, faremos uma pequena reunião e a meditação começará às 17hs.

O que faremos?
Simplesmente sentar e meditar.Sente com as pernas cruzadas, com os olhos abertos.Fixe um ponto e estabilize a mente.Pare de reagir de forma condicionada.Amplie sua liberdade.Não fingimos que meditamos. Meditamos mesmo.Percebemos o que acontece à nossa volta. Mas não reagimos.É possível, sim.


INSTRUÇÕES PARA PORTO ALEGRE:
O ponto de encontro é o início da passarela de pedestres, às 11h45. O grupo decidirá onde e como nos sentaremos. A sugestão é ao longo do canteiro central da rua. O objetivo não é obstruir a passagem de ninguém.


INSTRUÇÕES PARA SALVADOR:
Ocuparemos a máxima extensão a frente do Farol da Barra.O objetivo não é obstruir a passagem de ninguém.Apenas ficaremos enfileirados porém mantendo uma certa distância um do outro. Lembrando que sentaremos no chão. Se quiserem podem levar um pequeno colchonete de Yoga ou uma pequena toalha, bom levar também uma pequena almofada.



Se quiser documentar (fotografar, filmar) será igualmente bem-vindo.


Veja fotos de Porto Alegre! Por Felipe Gaieski.


foto: medit-ação em Salvador-BA, dia 25 de julho de 2010. Por Fabio Camelo.


Textos relacionados:

Informação retirada do Blog do Bodisatva

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Preocupação Sincera


Em 1989, durante uma visita aos Estados Unidos, Sua Santidade o XIV Dalai Lama, ao receber o Prêmio Nobel da Paz, falou diretamente sobre a preocupação sincera das pessoas de nossa época:"Cada pessoa em nosso mundo está interligada e é interdependente. Minha paz e felicidade são uma preocupação minha. Sou responsável por elas. Porém, a felicidade e a paz de toda a sociedade são preocupações de todos. Cada um de nós tem a responsabilidade individual de fazer o que lhe for possível para melhorar o nosso mundo.Em nosso século, a compaixão é uma necessidade, não um luxo. Os seres humanos são animais sociais e precisam viver juntos, queiramos ou não. Se não houver corações gentis e compaixão entre nós, a nossa própria existência estará ameaçada. Mesmo se formos egoístas, deveremos ser sabiamente egoístas e compreender que a nossa sobrevivência e felicidade pessoais dependem dos outros. Portanto, a gentileza e a compaixão para com eles são essenciais.As abelhas e as formigas não têm religião nem educação ou filosofia, embora cooperem instintivamente entre si. Com isso, elas asseguram a sobrevivência da sua sociedade e a felicidade de cada indivíduo que dela participa. Certamente nós humanos, que somos mais inteligentes e sofisticados, podemos fazer o mesmo!


Assim, cada um de nós tem a responsabilidade individual de ajudar os outros da maneira que lhe for possível. Contudo, não devemos esperar mudar o mundo de modo instantâneo. Enquanto não formos iluminados, nossas ações para beneficiar os outros serão limitadas. Sem a paz interior, é impossível haver uma paz mundial. Portanto, devemos melhorar a nós mesmos e, ao mesmo tempo, fazer o que pudermos para ajudar os outros".

Retirado do Blog Silêncio!

Fonte: Coração Aberto, Mente Limpa
Monja Thubten Chodron
Ed. Nova Era

domingo, 15 de agosto de 2010

Shamata e Estado Desperto



O objetivo da prática da atenção, ou shamata, é se tornar consciente do estado desperto. O estado desperto é a base — ou o que você poderia chamar de “suporte” — da mente. É fixo e imutável, como o mastro a que a bandeira da consciência ordinária está presa.
Quando reconhecemos e firmamos uma base no estado desperto, o “vento” da emoção ainda pode soprar. Mas em vez de sermos carregados pelo vento, voltamos nossa atenção para dentro, observando as graduações e mudanças com a intenção de se familiarizar com aquele aspecto da consciência que reconhece: “Ah, isto é o que estou sentindo, é isto que estou pensando”.
Ao fazermos isso, um pouco de espaço se abre dentro de nós. Com a prática, esse espaço — que é a clareza natural da mente — começa a se expandir e assentar.


(Nepal, 1975 ~)“The Aim of Attention”,

Tricycle, verão de 2009(Tricycle’s Daily Dharma, 09/09/2009)

sábado, 7 de agosto de 2010

Meditação Shamata (3)




A meditação shamatha não tem de ser para o objetivo de atingir a iluminação. Se não estiverem interessados na iluminação ou no nirvana, vocês podem praticar o shamatha para serem naturais — para não serem muito dominados pelas circunstâncias. Na maioria do tempo não estamos sob controle de nós mesmos. Nossa mente é sempre atraída ou distraída por algo — nossos inimigos, nossos amantes, nossos amigos, tudo — esperança, medo, inveja, orgulho, apego, agressão, tudo isto. Então, em outras palavras, todos estes objetos, estes fenômenos, o mundo controla nossa mente, não temos controle sobre ela. Talvez possamos controlá-la um pouco por meio segundo, mas se estivermos um estado emocional extremo, nós vamos perdê-la. Agora, como disse antes, deixar nossa ambição é um pouco como a renúncia da qual os buddhistas fazem. Se lermos a vida do Buddha, o Buddha renunciou ao seu palácio, à sua esposa, ao seu filho, aos seus pais, e saiu do palácio em busca da iluminação. Estritamente do ponto de vista do shamatha, podemos dizer que o Buddha estava tentando diminuir sua ambição, ou pelo menos tentando ver aonde ele estava objetivando, o que estava tentando atingir. Ele também estava tentando ver o aspecto fútil do que quer que estivesse tentando atingir. Então, ele planejava abandonar, para atingir o "poder de deixar". Para resumir, o "poder de deixar" é muito importante se vocês quiserem se tornar praticantes de shamatha.
Fazemos a meditação shamatha de modo que possamos atingir este "poder de deixar", ou para entendermos a ruína de nossa obsessão, a ruína de nossa fixação. De fato, como descobriremos, esta técnica é realmente dar a nós mesmos algum tempo ou a oportunidade de desatar os nós que temos. É por isso que alguns dos grandes meditadores dizem que, efetivamente, uma meditação como o shamatha é uma ocasião rara na qual estamos realmente sem fazer nada.
Geralmente, estamos sempre fazendo algo, estamos sempre pensando em algo, estamos sempre ocupados. Conforme ocupamos a nós mesmos, muito nos perdemos nestes milhões de obsessões ou fixações. Aqui, quando meditamos, não fazendo nada, todas estas fixações serão reveladas. Talvez para os iniciantes seja um pouco assustador às vezes, mas lentamente vocês obterão algum tipo de confiança interior para encarar isto. E perceberão que, automaticamente, estas fixações diminuirão — sem fazer nada. Os textos clássicos de instruções de meditação diriam que é como uma cobra se desenrolando; nossas obsessões se desfarão por si mesmas. Vocês obterão esse tipo de habilidade.

Dzongsar Jamyang Khyentse, Thubten Chökyi Gyamtso

domingo, 1 de agosto de 2010

Meditação Shamata (2)


Se tivermos ambições, teremos fixações diante do que quer que estejamos objetivando — até mesmo se a nossa meta for a iluminação. Então, não há meditação, porque estamos pensando sobre ela, estamos cobiçando por ela, estamos fantasiando sobre ela, imaginando coisas. Isso não é meditação.É por isto que uma característica muito, muito importante da meditação shamatha é deixar qualquer meta e simplesmente sentar por sentar. Aqui, inspiramos e expiramos, e apenas observamos isso. Nada mais. Não importa se obtivermos a iluminação ou não, ou se nossos amigos obtiverem a iluminação mais rápido do que nós. Quem se importa? Estamos apenas meditando. Apenas nos sentamos eretos e observamos a respiração entrar e sair. Nada mais. Deixamos todas as obsessões por metas e ambições. Este é um aspecto muito importante. Isto inclui até mesmo a perfeição da meditação shamatha, tentar fazer uma meditação shamatha perfeita. Devemos nos livrar até mesmo disso. Apenas sentar.
A coisa bonita de termos menos obsessões e ambições, e de apenas nos sentarmos eretos e observarmos a respiração, é que nada nos perturbará. As coisas nos perturbam somente porque temos uma meta. Quando temos uma meta, nos tornamos obcecados de alguma forma. Digamos que a nossa meta seja ir a algum lugar, mas alguém estacionou bem na nossa frente, bloqueando nosso carro. Se algo entrar no caminho de nossa mente, isto se torna uma coisa terrível. Se não tivermos essa meta, não importa — barulho, conceira aqui e ali, não importa.
Isto é importante porque os meditadores muitas vezes têm uma forte ambição de atingir algo, e quanto ficam distraídos, eles atravessam todos os tipos de inferno, perdem sua confiança, ficam frustrados, condenam a si mesmos, condenam a técnica. É por isto que, pelo menos durante os poucos momentos de meditação, não importa se estamos obtendo a iluminação ou não, não importa se a água quente está fervendo no bule ou não, não importa se o telefone está tocando e não importa se é algum de nossos amigos ou não — apenas por alguns momentos, estas coisas não importam, apenas por alguns momentos.

Dzongsar Jamyang khyentse, Thubten Chökyi Gyamtso