segunda-feira, 29 de dezembro de 2008


Queridos amigos,

sempre vejo esse vídeo para minimizar meu apego ao ego.

Com carinho,

http://br.youtube.com/watch?v=EjpSa7umAd8&feature=related
Caminhemos, pois.
Sem começo nem fim. Além do nascer e do morrer. Eterno transformar. Podemos nós, pequenos seres humanos, direcionar a transformação.
Já há alguns anos caminhamos juntos. Como tem sido agradável encontrar outros tantos companheiros, irmãos e irmãs, parceiros deste caminhar de Cultura de Paz.
Reiteramos nossa parceria, agradecendo os momentos que juntos compartilhamos, as primeiras flores, os primeiros frutos ainda não muito doces, que colhemos na jornada, espalhando sementes ao vento, cuidando do solo, do céu, das águas e do nada.
Um ano termina, outro começa e nós recomeçamos a cada instante nossos votos de servir a humanidade, servir à toda vida com nossa vida.

Que haja Paz, ternura, amizade, compreensão e justiça no nosso caminho da Verdade.
Mãos em prece
Monja Coen
Comunidade Zen BudistaMembro da CCSP
URI Membro do Conselho Parlamentar Cultura de Paz

domingo, 28 de dezembro de 2008

Blogs Budistas

Queridos amigos, farei como o amigo Ricardo Sasaki que colocou em seu blog, Folhas no Caminho, a relação de alguns blogs budistas. Estamos nesta linda rede com nossa motivação pura. Aproveito para desejar a todos um feliz ano novo e que em 2009 possamos estar ainda mais unidos e nos alimentando da mais pura sabedoria. Que assim possa ser útil.
Tashi Delek

Os blogs são:

http://citacoesbuddhistas.blogspot.com/
http://ticinhaquersaber.blogspot.com/
http://silenciozen.blogspot.com/
http://zen-pt.blogspot.com/

Com carinho,
Marcio Bernardes

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

"Uma das coisas que aprendemos com a meditação, quando descemos lentamente dentro de nós mesmos, é que a noção de paz já existe em nós. Todos a desejamos profundamente mesmo que esse desejo esteja muitas vezes oculto, disfarçado, distorcido. Se examinarmos a natureza humana com cuidado, veremos que é boa, bem-intencionada, solícita."
(Dalai Lama, O Livro de Dias, Sextante)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Meditação amorosa

Meditação Amorosa
Meditação adaptada pelo Ven. Nhat Hanh do texto Visuddhimagga, escrito por Buddhagosa em 430 d.C. - texto tradicional theravada.Esta meditação deve ser praticada da seguinte maneira:primeiro, a recitação na primeira pessoa, referindo-se a si mesmosegundo, a recitação em terceira pessoa, referindo-se à pessoas que lhe são indiferentes (se possível substituir o "ele/ela" pelo nome)terceiro, a recitação em terceira pessoa, referindo-se à pessoas amadas e bem quistas (se possível substituir o "ele/ela" pelo nome)quarto, a recitação em terceira pessoa, referindo-se à pessoas que lhe tenham causado sofrimento (se possível substituir o "ele/ela" pelo nome)quinto, recitar em segunda pessoa, referindo-se a todos.

Que eu possa estar em paz, feliz e leve de corpo e de espírito
Que possa viver em segurança e livre de males
Que que eu possa estar livre da raiva, das aflições, medos e ansiedades
Que eu possa aprender a me olhar com olhos de compreensão e amor
Que eu possa reconhcer e tocar as sementes de alegria e felicidade que existem em mim
Que eu possa aprender a identificar as fontes de raiva, cobiça e ilusão que existem em mim
Que eu possa alimentar as sementes de alegria em mim todos os dias
Que eu possa ser sereno, firme e livre
Que eu possa estar livre do apego e da aversão sem me tornar indiferente

Que ele/ela possa estar em paz, feliz e leve de corpo e de espírito
Que ele/ela possa viver em segurança e livre de males
Que ele/ela possa estar livre da raiva, das aflições, medos e ansiedades
Que ele/ela possa aprender a se olhar com olhos de compreensão e amor
Que ele/ela possa reconhecer e tocar as sementes de alegria e felicidade que existem em si mesmo(a)
Que ele/ela possa aprender a identificar as fontes de raiva, cobiça e ilusão que existem em si mesmo(a)
Que ele/ela possa alimentar as sementes de alegria em si mesmo(a) todos os dias
Que ele/ela possa ser sereno, firme e livreQue ele/ela possa estar livre do apego e da aversão sem se tornar indiferente.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

MEDITAÇÃO OLHANDO PARA O CÉU

Este é outro exemplo de meditação Dzogchen natural. O céu, que representa o elemento espaço, não tem forma nem cor. Ninguém pode dizer exatamente onde ele começa ou onde termina. Ele apenas é.A meditação nos conduz a uma forma de ser que está em perfeita harmonia e alinhamento com a natureza, e também com tudo e todos ao nosso redor - e com a nossa verdadeira natureza. Nesta meditação do céu, nós nos dissolvemos no infinito, tornando-nos unos com o céu.

Feche os olhos. Aquiete as mãos. Sente-se. Inspire profundamente, e expire. Mais uma vez. Relaxe. Solte. Largue tudo. Repouse naturalmente, fique à vontade.Por um instante, deixe tudo passar como ondas no mar, como nuvens no céu infinito.Simplesmente observe. Fique quieto.E saiba. Tudo está certo, aqui.Solte tudo.Solte, deixe ir embora.À vontade. Nada mais a fazer. Nada a entender, nada a realizar.Presente, simplesmente.Natural. Em casa, confortavelmente.Conheça a si mesmo.Veja as coisas como são neste momento.Inspire e expire. Profundamente, lentamente. Deixe o ar entrar, deixe o ar sair.Vá soltando tudo a cada respiração, cada vez mais.Permita que tudo se acalme naturalmente, por si mesmo.Deixe o corpo se acomodar naturalmente em seu próprio lugar, em seu próprio ritmo.Deixe a mente se acomodar naturalmente em seu próprio lugar, em seu próprio ritmo.Deixe tudo fluir naturalmente por alguns momentos.Momento a momento, um de cada vez.Respire, sorria, esteja consciente.Respire, sorria, esteja consciente.Respire, sorria, esteja consciente.Agora.Abra os olhos.Eleve o olhar.Aumente o alcance do círculo de trezentos e sessenta graus, que é a consciência total.Olhe para o céu.Olhe para o espaço, suavemente, frouxamente, sem fixar a vista.(Não é necessário forçar a visão.)O espaço, como a mente, não tem começo nem fim.Não há um lado de dentro nem de fora. Nenhuma forma, cor, tamanho ou aparência.Misture seu olhar ao espaço; funda a mente com o infinito, o espaço vazio.Dissolva-se no espaço - a consciência do espaço.Projete a respiração no espaço, seguindo a expiração - para fora, para fora, para longe.Permita que todos os pensamentos, sentimentos, sensações e emoções venham e vão livremente, todos lançados na vastidão do espaço.Olhe livremente para o espaço, para o céu aberto, para a esfera cristalina da consciência primordial.E solte, solte, solte.Expire.Inspire e expire o céu, e respirando dissolva-se no céu,seguindo a expiração. Para fora, para longe...Expire.Abra-se.Desfralde a mente búdica infinita.Deixe tudo ir embora.Permita. Solte.Largue tudo, passado e futuro,inclusive o corpo e a mente.Misture-se a este céu, lentamente,dissolva-se completamentena luminosae espaçosa alegria da meditação.

Depois de se dissolver no céu, você pode apenas ficar sentado, usufruindo o vazio infinito e luminoso. Talvez apareça um pensamento, mas agora você já sabe como observá-lo e deixar que ele venha e vá. Um sentimento pode se apresentar, mas ele também passará. Talvez sua concentração comece a diminuir. Mas você já sabe como retornar à atenção, renovando-se, observando de novo o movimento natural da respiração que entra e que sai, com atenção especial à expiração, onde tudo vai embora.

Lama Surya Das

sexta-feira, 31 de outubro de 2008


Shamata (6) por Dzongsar Khyentse Rinpoche

Conforme meditamos, nós simplesmente nos sentamos eretos e observamos a respiração. Então, o que isso faz? Isto cria um espaço. De fato, a técnica em si é apenas um truque. O ponto principal é reconhecer todo estes pensamentos e distrações, bombardeantes e constantes, que estão vindo para nós.Ainda ficamos com raiva, mas sabemos que estamos com raiva, por assim dizer. Quando estamos com raiva e sabemos que estamos com raiva, esse tipo de raiva tem muito humor. Podemos realmente direcionar esta raiva para certas direções — temos mais controle. A coisa frustrante sobre nossa vida é que não há controle com estas emoções. É por isso que não há diversão. Todo o propósito do buddhismo é ter diversão, não é? E a fim de ter isto, vocês têm de ter controle. Se alguma outra coisa tiver controle sobre vocês, é isso, não há diversão.
O shamatha envolve muita disciplina. Especialmente para os iniciantes, a disciplina é muito necessária. Por causa disto, os Lamas muitas vezes nos aconselham a, às vezes, fazermos meditação juntos, em um grupo. Claro que devemos praticar individualmente, definitivamente, mas a prática em grupo também pode nos ajudar. Porque, é claro, temos muito orgulho, temos ego, e esse orgulho e ego sempre nos dizem para termos uma mente competitiva. Então, quando estamos fazendo meditação em grupo, não queremos cair no sono, não queremos parecer que somos meditadores ruins. Não temos realmente aquela coragem para dizer, "Oh, bem, não importa se sou o pior". Queremos ser os melhores, queremos ser os mais rápidos. Temos esse mente competitiva. Então, já que temos esta competitividade de qualquer modo, também podemos usá-la como uma ferramenta no caminho. Então, quando pudermos, de tempos em tempos, fazer meditação em grupo pode ser realmente bom.É como ir a uma academia, eu penso. Se vocês comprarem os equipamentos para a sua casa, vocês fazem três ou quatro dias e então não as usam mais. Os equipamentos terminam na garagem, não é? Mas se forem a uma academia, verão outros corpos bonitos e outras pessoas que estão treinando diligentemente, e isso lhes dá inspiração. Que motivação errada! [Rinpoche ri.] Mas pelo menos os conduzirá a algum lugar. A confusão é aceita como um caminho, então está bem.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Shamata (5) por Dzongsar Khyentse Rinpoche

Sempre façam sessões curtas de shamatha, especialmente aqueles que são iniciantes — curtas, mas muitas vezes. Digamos que vocês estão meditando por quinze minutos, comecem de novo pelo menos trinta vezes. Tenham um intervalo curto no meio. Lentamente podemos fazer sessões mais longas — talvez, em quinze minutos, fazemos isto quinze vezes e então temos um intervalo. E de tempos em tempos fazemos um intervalo real — caminhamos, levantamos, fazemos alguma outra coisa. Depois de um tempo, vocês podem começar a fazer sete vezes dentro deste quinze minutos. Manter isto curto é importante porque, se fizerem muito no começo, vocês estarão fartos da técnica. Somos seres humanos, não gostamos de nos aborrecer, sempre gostamos de mudar — mudar o que comemos, mudar nossas roupas. Gostamos de mudar.
Do mesmo modo, o caminho espiritual é um processo longo, precisamos ter muita paciência. Precisamos começar a gostar do caminho, então mantenham a meditação curta, e precisa, e muitas vezes. Desse modo, desenvolvemos hábitos fortes. Depois, ela se torna parte de nós, fácil de fazer. É como beber álcool — quando começamos a beber pela primeira vez, bebemos um pouco. Não bebemos duas ou três garrafas de uma vez, senão ficaremos tão doentes que nunca mais tocaríamos o álcool. Façam apenas um tempo curto, mas muitas vezes, em muitas, muitas partes diferentes. Desse modo vocês se habituarão, e isto é necessário. A meditação shamatha deve se tornar parte de sua vida, e para fazer isso vocês precisam se acostumar com ela. Para se acostumarem a ela, façam-na um pouco, durante um tempo curto, mas muitas vezes.
E durantes os intervalos também, se possível, lembrem-se que estão respirando. Sempre nos esquecemos que estamos respirando.
Também não devemos limitar a programação de meditação. Não devem limitá-la à manhã ou apenas à noite. Vocês devem fazê-la a qualquer hora, todo o tempo. A hora de praticar é sempre agora — nunca é no futuro. Nunca deixem seu shamatha como se vocês fossem fazê-la no ano que vem, ou no mês que vem, ou no fim de semana que vem. Vocês devem fazê-la agora. De qualquer modo, é apenas por cerca de quarenta e cinco segundos, especialmente para os iniciantes. Fácil, vocês podem fazer isto em qualquer lugar. Requer apenas isto, sentar-se ereto e sessões curtas. Antes de nossa mente ficar distraída, nós mesmos decidimos terminar a meditação, e isso é bom — e então começamos mais uma vez. Novamente, antes que distrações estiverem para vir, nós terminamos terminar. Nos sentiremos confortáveis com a técnica e há um sentido de vitória sobre as distrações — antes das distrações virem, já estamos lá. Então, façam sessões curtas.Geralmente, nossa prática no caminho deve ser essa. Vocês não devem realmente fazer um plano de que "Esta é minha hora de praticar" e então perder completamente a consciência no intervalo. Claro que ela ajuda muito, vocês devem reservar um certo tempo para praticar, como uma certa hora de manhã ou à noite. Mas acima disso, devemos fazer shamatha às vezes, quando quer que seja possível, por apenas um minuto. Isso não é tão difícil. E então gradualmente nós aumentaremos.

Dzongsar Jamyang Khyentse, Thubten Chökyi Gyamtso

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Algumas Sugestões sobre a Prática

de Charlotte Joko Beck Palestra do DarmaTradução para o português deMaria Heleosina Ribeiro Pessôa
  • Joko Beck escreveu as seguintes sugestões para ajudar seus estudantes em sua prática:
  • Não comece um período sentado sem considerar porque você se senta. Conheça sua intenção.
  • Saiba que não existe "qualquer lugar para ir, nada para atingir". Esteja consciente de pensamentos ambiciosos.
  • Cheque sua postura. Não se preocupe como você se senta, o corpo deve estar ereto (mas não rígido), equilibrado, e com conforto. O lugar deve estar limpo e agradável. (Mas podemos sentar em qualquer lugar e em qualquer posição – até mesmo deitar se estivermos doentes ou exaustos).
  • Sente-se todo dia. Tente não perder mais do que um dia em uma semana. Se a resistência aumentar (é uma parte normal da prática), esteja consciente de que ela consiste de pensamento, como tudo, é necessário que ele não o domine. Só o observe. Sinta-o no corpo. E não se mova, nunca.
  • Uma vez por semana, sente-se por mais 10-15 minutos do que você quer sentar.
  • Não fique obcecado por sentar. Em nenhum caso deve negligenciar as responsabilidades com o trabalho ou com a família para sentar.
  • Quando estiver deprimido, não evite sentar. Por mais difícil que seja, é crucial sentar quando as dificuldades surgem.
  • Saiba que sentar é simplesmente manter a consciência do corpo e da mente. Esteja atento para qualquer desejo de transformar o sentar em uma fuga da vida entrando em estados de tranqüilidade semelhantes ao estado hipnótico, tais estados podem ser sedutores mas são inúteis.
  • Esteja consciente do período de lua de mel para os iniciantes na prática de sentar, freqüentemente é seguido de resistência, possível turbulência, e insurreições emocionais. Continue a praticar com ênfase particular em suas sensações corpóreas.
  • Esteja consciente de que "atingir algo" na prática do sentar (tal como clareza especial, "insight", serenidade da mente) não é o objetivo. Estes podem ocorrer –mas o objetivo é sua consciência do que quer que seja que esteja acontecendo, incluindo confusão, desânimo ou ansiedade.
  • Não gaste seu tempo sentado fazendo planos. Não há nada errado em fazer planos, mas dedique um outro momento para isto. Se você tiver pensamentos de planejamento quando você se senta, rotule-os.
  • No cotidiano esteja atentamente consciente do desejo de indiscrição ou queixa, para julgar aos outros e a si mesmo, para sentir-se superior ou inferior.
  • Toda prática pode ser considerada como:
    observação do processo mental, e
    experiência das sensações corpóreas presentes. Nem mais nem menos.
    E finalmente, lembre que a prática verdadeira não está nas técnicas ou koans ou qualquer outra coisa em si mesmas, mas na transformação de sua vida e da minha. Não existem "atalhos". Nossa prática é sobre nossa vida, e praticaremos para sempre.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

domingo, 7 de setembro de 2008

Diálogo inter-religioso

Amigos, neste site: http://www.wccm.com.br/caminho.htm podemos ver a força do diálogo inter--religioso e da grande sabedoria que surge desta união em prol da paz. Acredito mesmo que todas as religiões são importantes assim como também é possível seguir um caminho de paz e amor sem estar ligado a nenhuma tradição religiosa. Como diz o Dalai Lama, o importante mesmo é ter um bom coração. Que possamos respeitar as várias tradições religiosas e seguir as vibrações positivas dos grandes mestres.

Tashi Delek

sábado, 6 de setembro de 2008

A Sabedoria É Um Fluxo Vivo

Os meditadores sabem desde o início dos tempos que precisam usar os próprios olhos e a linguagem de sua época para expressar o seu insight. A sabedoria é um fluxo vivo, não uma estátua a ser preservada num museu. Somente quando o praticante descobre a fonte da sabedoria na sua vida é que ela pode fluir em direção às gerações futuras. Manter acesa a tocha da sabedoria é tarefa de todos nós que sabemos como abrir um caminho através da floresta para podermos seguir adiante.

Thich Nhat Hanh

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Estamos sempre nele...

O absoluto sempre engloba a dor e o prazer. Não há nada de errado com a dor em si: nós apenas não gostamos dela. Não existe algo chamado absoluto que seja maior do que o relativo. São os dois lados de uma mesma moeda. O mundo fenomênico das pessoas, das árvores e dos tapetes e o mundo absoluto do puro nada incognoscível, da energia, são a mesma coisa. Em vez de ir em busca de um ideal unilateral, precisamos nos curvar diante do absoluto no relativo, assim como do relativo no absoluto. Devemos honrar todas as coisas.

Charlotte Joko Beck

segunda-feira, 1 de setembro de 2008


" A paz não surge de um processo lógico sob condições; se a nossa paz estiver baseada em argumentos lógicos, não será verdadeira, mas uma condição construída e frágil."

Lama Padma Samten
Pela compaixão dos Budas e Bodisatvas, surge, então, o ensinamento correspondente a quinta etapa do nobre caminho do Buda, cuja descrição é o cerne deste texto. No zen isto é simbolizado pela afirmação de mestre Dogen "quando sentamos em meditação, praticamos inseparáveis de todos os seres". Isso soa como um koan: os seres parecem separados, enquanto estamos sentados na sala de meditação eles estão fazendo várias coisas por todos os lados, então o que significa essa inseparatividade? Como solucionar isto?
Os grandes mestres também afirmam que se nossa prática de meditação é uma forma de lucidez diferente da lucidez do período que a precede e do período que a sucede, isto é um problema... A prática não pode ser dividida em três períodos de tempo. Devemos entender que antes, durante e depois da prática de meditação nossa mente é inseparável da mente de todos os seres. Enfim, não há diferença entre os estados de meditação formal e os estados mentais de lucidez da vida cotidiana.
Erroneamente muitos praticantes apenas mantém a aparência externa da prática no período que a sucede. Levantam e caminham em silêncio com o olho parado sem piscar, com uma cara “de praticante”. E assim fica óbvio que durante a prática de meditação eles também não estiveram em contato com todos os seres. Quando levantam e caminham, a prática parece resumir-se na experiência de não-contato com os seres. Esta seria a prática de um javali específico, mas não a verdadeira prática de meditação.
O quinto passo no nobre caminho é o antídoto efetivo para os dois problemas citados no princípio: dificuldades econômicas, a inadaptação que muitos praticantes sentem com relação a vida cotidiana e a conseqüente agitação durante a meditação.
Essa experiência também é simbolizada pela expressão “abandonar corpo e mente”. Com isso queremos dizer que abandonamos todo o auto-interesse. Esta é a grande morte, a morte do javali, o renascimento da liberdade. Ainda assim essas expressões seguem como desafios, como koans. No quinto passo no nobre caminho podemos tentar penetrar nessa prática.
Considero algo extremamente revelador podermos nos associar energeticamente com os outros seres, ter uma experiência de brilho, não apenas motivados por um auto-interesse, mas motivados por uma ação mental que é mais ampla e inclui a compreensão da situação dos outros no próprio contexto em que se encontram. Talvez a palavra “compreensão” não seja muito exata. Se existe alguém que compreende algo, ainda existe um objeto da mente. Me refiro de fato à circunstância na qual a pessoa faz sua mente operar sob as condições a que outro ser está submetido. A pessoa desenvolve um fluxo mental e energético, e consequentemente um fluxo de emoções, na inseparatividade com o outro.

Lama Padma Samten

domingo, 31 de agosto de 2008














Chagdu Tulku Rimpoche e Lama Padma Samten

Meditar

Amigos,
Inicio hoje a postagem dos textos neste blog. Como vocês poderão perceber eu vou postar os mais variados textos sobre meditação. Serão textos escritos por diversos mestres das várias tradições budistas. Fico aguardando que os visitantes também possam contribuir com textos que relatem suas experiências e também com textos que sejam de outras tradições religiosas e que venham a contribuir com o tema. Para isso basta me enviar por email: mar_bernardes@yahoo.com.br que publico aqui. Este espaço é para todos os interessados, coloquem seus comentários!!! Vamos Meditar, praticar esta arte de simpelsmente estar e descobrir, aos poucos, a profunda realização que emana desta experiência.
Tashi Delek
Dzongsar Jamyang khyentse, Thubten Chökyi Gyamtso

O que a prática é

A prática é muito simples. Isso, entretanto, não significa que não irá transformar por completo nossa vida. Quero rever o que fazemos quando sentamos, ou praticamos o zazen. Se acreditarem que já estão além disso, bem, podem pensar que estão além.Sentar é essencialmente um espaço simplificado. Nossa vida diária está em constante movimento: acontecem muitas coisas, muitas pessoas falam, muitos acontecimentos ocorrem. Em meio a tudo isso, é muito difícil sentir o que somos em nossa vida. Quando simplificamos a situação, quando deixamos os elementos externos de lado e nos retiramos do alcance do toque do telefone, da televisão, das pessoas que nos visitam, do cachorro que precisa passear, temos uma chance - que é, exatamente, a coisa mais valiosa que existe - de ficar de frente para nós mesmos. A meditação não está relacionada com algum estado e, sim, com seu praticante. Não diz respeito a alguma atividade, ou a consertar ou a conseguir algo. Refere-se a nós. Se não simplificamos a situação, a oportunidade de dar uma boa olhada em nós mesmos fica muito reduzida, porque aquilo que nos propomos a ver não somos nós e, sim, tudo o mais. Se algo dá errado, para o que olhamos? Olhamos para o que saiu errado e, em geral, para aqueles que a nosso ver foram os responsáveis. Ficamos o tempo todo olhando para fora, e não para nós.Quando menciono que a meditação diz respeito a quem a pratica, não pretendo que nos comprometamos numa auto-análise. Não é isso também. Então fazemos o quê?Depois de termos assumido nossa melhor postura (que deveria ser equilibrada, fácil), ficamos apenas sentados ali, praticamos zazen. O que significa 'apenas sentados ali"? Essa é a mais exigente de todas as atividades. Por via de regra, na meditação, não fechamos os olhos. Neste momento, porém, gostaria que fechassem os olhos e ficassem apenas sentados. O que está acontecendo? Toda espécie de coisas. Uma fisgada mínima no ombro esquerdo; uma pressão no lado... Percebam o rosto por um momento. Sintam-no. Estará tenso em algum lugar? Em torno da boca, na testa? Vamos descer um pouco mais. Observem o pescoço, somente sintam-no. Agora, os ombros, as costas, o peito, a região abdominal, os braços, as coxas. Continuem sentindo tudo que encontrarem. Agora sintam a respiração entrando e saindo. Não tentem controlá-la, apenas senti-la. Nossa primeira reação é tentar segurar a respiração. Deixe que aconteça naturalmente. No alto do peito, no meio, na barriga, pode parecer tensa. Apenas sinta como está. Sintam tudo isso. Se um carro passa lá fora, ouçam-no. Se um avião passar, observem-no. Talvez ouçam o barulho cíclico do motor da geladeira. Que seja! E o que vocês têm de fazer, positivamente é tudo o que vocês têm de fazer: experimentar isso e apenas ficar com essa experiência. Agora podem abrir os olhos.Se conseguirem ficar fazendo isso durante três- minutos, é um milagre. O normal é que, decorrido um minuto, começamos a pensar. Nosso interesse em apenas acompanhar a realidade (que é o que acabamos de fazer) é muito reduzido. 'Você quer dizer que zazen é só isso?" Não gostamos dele. "Estamos em busca da iluminação, não?" Nosso interesse pela realidade é extremamente pequeno. Não queremos pensar. Queremos nos afligir com todas as nossas preocupações. Queremos entender qual é o sentido da vida. Assim, antes de nos darmos conta, teremos esquecido por completo deste momento e teremos divagado em pensamentos sobre as coisas: o namorado, a namorada, o filho, o patrão, o medo permanente... e por aí afora! Nada há de vergonhoso nesse fantasiar, exceto que, quando estamos imersos nele, perdemos alguma outra coisa. Quando estamos perdidos em nossos pensamentos, quando estamos sonhando, o que perdemos? A realidade. Nossa vida nos escapou.Isso é o que os seres humanos fazem. Não fazemos isso só uma parte do tempo: fazemos a maior parte do tempo. Por quê? Claro que vocês sabem a resposta. Fazemos porque estamos tentando nos proteger. Estamos tentando nos livrar de nossas dificuldades atuais, ou pelo menos entendê-las. Não há nada de errado em nossos pensamentos autocentrados, exceto que, quando nos identificamos com eles, nossa visão da realidade fica bloqueada. Assim, o que deveríamos fazer quando os pensamentos aparecem? Deveríamos rotulá-los. Coloquem rótulos específicos: não só "pensamento, pensamento" ou "preocupação, preocupação", mas um rótulo específico. Por exemplo: "Estou pensando que ela é muito mandona"; "Estou pensando que ele é muito injusto comigo"; "Estou pensando que nunca faço as coisas certas". Sejam específicos. Se os pensamentos estiverem vindo em avalanche, numa velocidade tão grande que vocês não sintam mais nada senão confusão, então simplesmente rotulem essa confusão nebulosa de "confusão". Mas se insistirem em localizar pensamentos isolados, cedo ou tarde, eles virão.Quando praticamos dessa maneira, passamos a nos conhecer, a saber como nossa vida funciona, o que estamos fazendo com ela. Se percebemos que determinados pensamentos reaparecem centenas de vezes, ficamos sabendo a nosso respeito algo que antes desconhecíamos. Talvez nosso pensamento incessante refira-se ao passado ou ao futuro. Algumas pessoas estão sempre pensando sobre acontecimentos, enquanto outras pensam em pessoas. Há quem pense sempre a respeito de si mesmo. Em algumas, os pensamentos são quase só julgamentos a respeito dos outros. Enquanto não os rotularmos durante quatro ou cinco anos, não nos conheceremos bem. Quando damos rótulos precisos e meticulosos a nossos pensamentos, o que acontece com eles? Eles começam a aquietar-se. Não é preciso que nos obriguemos a livrar-nos deles. Quando eles se acalmam, podemos retornar à experiência do corpo e da respiração, muitas vezes seguidas. Não há como deixar de enfatizar que não fazemos isso apenas duas ou três vezes; fazemos dez mil vezes. Com isso, nossa vida se transforma. Essa é uma descrição teórica do sentar. E muito simples. Não há nada de complicado nela.Consideramos agora uma situação da vida cotidiana. Suponhamos que você trabalha mima companhia de aviação, e lhe contam que o contrato com o governo está terminando e é provável que não seja renovado. Você pensa com seus botões: "Vou perder meu emprego. Vou ficar sem rendimentos e tenho uma família para sustentar. E terrível!". O que acontece então? Sua mente começa a remoer o problema sem parar. "O que acontecerá? O que faço?" Amente começa a ficar cada vez mais rápida com a preocupação.Claro que não há nada de errado em planejar com antecedência. Temos de planejar. Porém, quando ficamos aborrecidos, não é porque apenas planejamos, mas porque ficamos obcecados. Viramos a situação do avesso de todos os jeitos. Se não soubermos o que significa fazer uma prática com nossos pensamentos de preocupação, o que ocorre em seguida? Os pensamentos produzem uma emoção e ficamos mais agitados ainda. Toda agitação emocional é causada pela mente. Se permitirmos que isso aconteça durante um certo tempo, acabaremos em muitos casos ficando doentes ou mentalmente deprimidos- Se a mente não se incumbir da situação com discernimento, o corpo o fará. Ele nos ajudará a sair dessa. E como se dissesse: "Se você não tomar conta da situação, creio que eu terei de fazê-lo". Assim, produzimos nosso próximo resfriado, nossa alergia seguinte, nossa próxima úlcera, seja qual for nosso estilo. A mente que não está consciente de si produzirá enfermidades. Isto não é uma crítica, porém, não conheço quem nunca adoeça, inclusive eu. Quando o desejo de nos preocupar é forte, criamos dificuldades. Com uma prática regular, apenas o fazemos menos. Tudo aquilo de que não formos conscientes frutificará em nossa vida, de um jeito ou de outro.Do ponto de vista humano, as coisas que dão errado em nossa vida são de dois tipos. Um são os fatos que acontecem fora de nós e o outro são os que acontecem dentro, como as doenças físicas. Ambas são a nossa pratica e trabalhamos com elas do mesmo modo. Rotulamos todos os pensamentos que acontecem à volta deles e os vivenciamos em nosso corpo. O processo é o próprio pensar.Falar a esse respeito parece, de fato, fácil. Entretanto, fazê-lo é terrivelmente difícil. Não conheço ninguém que possa fazê-lo o tempo todo. Conheço algumas pessoas que conseguem uma boa parte do tempo. Mas, quando praticamos desta forma, tomando consciência de tudo que entra em nossa vida (interna e externa), ela começa a transformar-se. Aumentamos nossa força e nosso discernimento; às vezes, conseguimos inclusive viver num estado de iluminação, que só significa experimentar a vida como ela é. Não é nenhum mistério.Se você é novato na prática, é importante saber que ficar apenas sentado na almofada durante quinze minutos já é uma vitória. E ótimo ficar sentado com essa compostura, somente ficar ali.Se tivéssemos medo de ficar na água e não soubéssemos nadar, a primeira vitória seria apenas mergulhar. O próximo passo poderia ser molhar o rosto. Se fôssemos ótimos nadadores, o desafio poderia ser conseguir bater a mão na água numa determinada inclinação, a cada braçada. Isso significa que um é melhor do que o outro? Não. Ambos são perfeitos, cada qual em sua etapa do caminho. A prática, em qualquer estágio, é simplesmente ser quem somos a cada momento. Não é uma questão de sermos bons ou maus, melhores ou piores. As vezes, depois das palestras, as pessoas comentam: "Não entendi isso". Isso também está perfeito. Nosso entendimento aumenta com o tempo, contudo, a qualquer momento, somos perfeitos em ser do jeito que somos.Começamos a aprender que só existe uma coisa na vida em que podemos confiar. Qual é? Podemos dizer: "Confio em meu companheiro". Podemos amar nosso marido, nossa esposa; mas não podemos nunca confiar cegamente neles porque uma outra pessoa (assim como nós) é sempre não confiável até certo ponto. Não há uma pessoa na face da Terra em quem possamos confiar por completo, embora, sem dúvida, possamos amá-la e desfrutar sua companhia. Em que, então, podemos confiar? Se não é em uma pessoa, em quê? Em que podemos confiar na vida?, perguntei a alguém que me respondeu: "Em mim". Você pode confiar em si mesmo? A autoconfiança é uma boa coisa, porém é inevitavelmente limitada.Existe uma coisa na vida em que sempre podemos confiar: na vida tal como é. Vamos falar em termos mais concretos. Imagine que existe uma coisa que eu quero muito: talvez casar com uma certa pessoa, ou fazer um curso de especialização, ou ter um filho saudável e feliz. No entanto, a vida como é poderia ser exatamente o inverso do que eu desejo. Não sabemos se iremos ou não casar com aquele alguém. Quem sabe, se casarmos, aquela pessoa ideal morra amanhã. Pode ser que consigamos ser especialistas ou não. É provável que sim, mas não podemos contar com isso. Não podemos contar com coisa alguma. A vida será sempre do jeito que é. Então, por que não conseguimos confiar nesse fato? O que é tão difícil a esse respeito? Por que estamos sempre incomodados? Suponha que sua casa tenha acabado de ser destruída por um terremoto e você está quase perdendo um braço e todas as suas economias. Será que dá para confiar na vida tal qual ela se apresenta? Você consegue ser assim?Confiar que as coisas são como são é o segredo da vida. Porém, não queremos saber de nada disso. Posso confiar absolutamente que, no ano que vem, minha vida mudará, estará diferente, e, no entanto, será sempre do que jeito que é. Se eu tiver um ataque cardíaco amanhã, posso confiar que, porque eu o tive, eu o tenho. Posso me apoiar na vida como ela é.Quando fazemos um investimento pessoal em nossos pensamentos, criamos o "eu" (como diria Krishnamurti), então nossa vida começa a não funcionar. Eis por que rotulamos os pensamentos, desfazendo o investimento. Depois de termos ficado sentados por tempo suficiente, podemos notar nossos pensamentos apenas como input sensorial. Podemos nos ver atravessando os estágios preliminares a este: primeiro sentimos que nossos pensamentos são reais, e a partir deles criamos as emoções autocentradas e, a partir destas, os obstáculos que nos impedem de ver a vida como ela é, porque, se estamos contidos pelas emoções autocentradas, não conseguimos enxergar as pessoas e as situações com clareza. Um pensamento em si é só input sensorial, um fragmento de energia. Entretanto, tememos ver os pensamentos tais como são.Quando rotulamos o pensamento, retrocedemos e nos desapegamos da identificação. Há uma enorme diferença entre dizer: "Ela é impossível" e "Estou pensando que ela é impossível". Se persistirmos na prática de rotular qualquer pensamento, o revestimento emocional começa a dissolver-se e ficamos, enfim, com o fragmento impessoal de energia, ao qual não precisamos ficar apegados. Se, porém, acreditamos que nossos pensamentos são reais, nossa conduta se fundamentará neles. Se agirmos a partir deles, nossa vida ficará uma confusão. Mais uma vez, a prática é o trabalho com este processo até que o tenhamos impregnado em nossos ossos. A prática não se refere a entender com a mente. Ela tem du ser nossa carne, nossos ossos, nós mesmos. Claro que temos de ter pensamentos orientados para a vida, como seguir uma receita, consertar um equipamento, planejar as férias. Mas não necessitamos dessa atividade emocionalmente autocentrada a que chamamos pensar. Não é de fato pensar; é uma aberração do pensar.O zen refere-se a uma vida ativa, envolvida. Quando conhecemos bem nossas mentes e as emoções que nosso pensamento cria, temos a possibilidade de ver melhor o que é a nossa vida e o que precisa ser feito; em geral, é a próxima coisa que temos logo à frente. O zen tem que ver com uma vida de ações, não com um fazer nada passivo. No entanto, as ações têm de estar baseadas na realidade. Quando se baseiam em falsos sistemas de pensamento (fundamentados em nosso condicionamento), têm alicerces precários. Depois de enxergarmos com clareza os sistemas de pensamento, seremos capazes de ver o que precisa ser feito.O que estamos fazendo não é nossa reprogramação; é nossa libertação de todos os programas, notando que são vazios, sem realidade. A reprogramação é só saltar de um caldeirão para outro. Pode ser que tenhamos aquilo que pensamos ser uma melhor programação; mas o propósito do sentar é não ser conduzido por nenhum programa. Imaginemos que há o programa chamado "Não tenho autoconfiança". Suponhamos que decidimos reprogramá-lo para "Tenho autoconfiança". Nenhum dos dois conseguirá se sair muito bem frente às pressões da vida, porque envolvem um "eu". Este "eu" é uma invenção muito frágil - aliás, irreal - e é com facilidade enganado. Na realidade, nunca houve um "eu". O que importa é enxergar que é vazio, uma ilusão, que é diferente de dissolvê-lo. Quando falo que é vazio, quero dizer que não tem uma realidade básica; ésó uma criação de pensamentos autocentrados.Praticar o zen nunca é tão fácil quanto falar sobre ele. Até mesmo os estudantes que têm um certo entendimento do que estão fazendo, às vezes, costumam se afastar da prática básica. Apesar disso, quando sentamos bem, tudo o mais se incumbe de si mesmo. Por essa razão, se estamos praticando o sentar há cinco ou vinte anos, ou estamos apenas no começo, é importante sentar com um grande e meticuloso cuidado.
Charlotte Joko Beck