

sábado, 26 de fevereiro de 2011
Palestra ONLINE com Lama Samten

sábado, 12 de fevereiro de 2011
Vídeo do retiro de meditação - Prof. Alan Wallace
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Shamata por Dzigar Kongtrul Rinpoche

Shamatha significa um estado de calma duradoura, sem obstáculos. A mente e o corpo estão neste estado, e o corpo está descansado.
A maioria de vocês provavelmente já experimentou esse estado, então quando você pratica shamata, você sabe que não está apenas procurando por um oceano, por uma jóia que não existe. Isso é importante. O ponto desta meditação guiada é chegar ao estado de shamatha. É claro que essa meditação deve ser praticada uma e outra vez, mas desde o início, com base em sua experiência, você vai saber mais ou menos como lá chegar.
Sente-se ereto. Se você pode se sentar em uma flor de lótus completo, como o Buda sob a árvore bodhi, ou em uma flor de lótus pela metade, o que é muito bom. Mas o mais importante é manter a coluna muito ereta. Sentado em uma almofada pode ser útil. Você pode juntar as mãos sobre o colo, ou, como na linhagem Dzogchen, coloque as palmas das mãos sobre os joelhos. Mantenha seus ombros relaxados e equilibrados. Para o olhar, com os olhos parcialmente fechados, olhar para baixo cerca de dois metros a frente. Você pode respirar através de suas narinas ou boca. Sua cabeça está um pouco a baixo, com o queixo mais perto do seu pescoço. Coloque sua lingua contra as costas de seus dentes superiores ou, se isso é muito difícil, basta deixar a sua língua como ela é.
Respire com muita naturalidade. Não respirar demais, ou muito superficialmente, e não prender sua respiração.Se a respiração não é natural, é importante fazê-lo assim.
Essa é a postura física. Cada detalhe da postura é significativa. Eles ajudam a limpar a energia no corpo e acalmar a mente.
Se há tensão em seu corpo, ao invés de tentar repará-lo, traga a sua mente ali. Relaxe e deixe a tensão ir com a sua expiração. Todas as tensões do corpo são criadas pelo vento que se movimentam. Traga sua mente lá, traga sua consciência lá, e deixar a tensão ir quando você expira. Em breve, você vai perceber a tensão se foi, a menos que seja uma grande tensão. Mas mesmo uma grande tensão pode ser resolvida, se você trabalhar dessa forma, mais e mais.
Uma vez que você se senta confortávelmente em seu corpo e sentir que você está se acomodando, começam a contar suas respirações. Conte até 21, contando cada inspiração e expiração como uma só. Você pode contar com os dedos em cada joelho: 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10. Faça duas séries de dez, e para o número final use o seu dedinho de novo.
Agora não se mova. Basta estar lá. Verifique se o seu espírito. Você está mais calmo? É no estado de calma permanente? Verifique o seu corpo.Está na postura de calma duradoura? Se ela ainda não está totalmente lá, você pode voltar para a contagem.
Dzigar Kongtrul Rinpoche
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Meditação muda estrutura do cérebro
MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO
Paula Giolito/Folhapress |
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A gerente administrativa Bia Farah, 51, que pratica meditação há 10 anos |
A técnica é antiga, da tradição budista, mas começou a ser mais difundida depois de ter sido usada em um curso não religioso de redução de estresse, criado em 1979 por Jon Kabat-Zinn, professor da Escola Médica da Universidade de Massachussets.
Os benefícios da técnica, conhecida também como "mindfulness", já foram relatados em vários estudos.
A lista vai da melhora de sintomas de esclerose múltipla (como diz estudo publicado na "Neurology") à prevenção de novos episódios de depressão (demonstrada em artigo na "Archives of General Psychiatry").
Mas, agora, um estudo mostra, pela primeira vez, os efeitos provocados por essa meditação no cérebro.
E o mais importante: as mudanças ocorreram em apenas oito semanas de meditação em praticantes adultos iniciantes.
As conclusões foram feitas após comparações entre as ressonâncias magnéticas dos que praticaram a meditação e de um grupo-controle que não fez as aulas.
Outros estudos já haviam sugerido que a meditação causa mudanças no cérebro. Mas eles não excluíam a possibilidade de haver diferenças preexistentes entre os grupos de meditadores experientes e não meditadores.
Ou seja, não era possível afirmar se os efeitos eram causados pela prática.
MENOS ESTRESSE
Todos os 16 participantes da pesquisa, com idades de 25 a 55 anos, deveriam obedecer a um critério: não ter feito nenhuma aula de meditação "mindfulness" nos últimos seis meses ou mais de dez aulas em toda a vida.
Eles frequentaram oito encontros semanais, com duração de duas horas e meia.
Também foram instruídos a fazer 45 minutos de exercícios diários e a praticar os ensinamentos da meditação em atividades do dia a dia, como andar, comer e tomar banho.
Para avaliar as mudanças, todos os participantes e o grupo-controle fizeram ressonâncias magnéticas antes e depois do período de aulas.
Os exames iniciais não indicaram diferenças entre grupos, mas as ressonâncias feitas após o curso mostraram um aumento na concentração de massa cinzenta no hipocampo esquerdo naqueles que haviam meditado.
Análises do cérebro todo revelaram mais quatro aumentos de massa cinzenta: no córtex cingulado posterior, na junção temporo-parietal e mais dois no cerebelo.
BENEFÍCIOS
Britta Hölzel, pesquisadora da Harvard Medical School e uma das autoras do estudo, disse à Folha que isso pode significar uma melhora em regiões envolvidas com aprendizagem, memória, emoções e estresse.
O aumento da massa cinzenta no hipocampo é benéfico porque ali há uma maior concentração de neurônios, afirma Sonia Brucki, do departamento científico de neurologia cognitiva e do envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia.
"Antes, acreditava-se que a pessoa só perdia neurônios durante a vida. Agora, vemos que podem brotar em qualquer fase da vida, e determinadas atividades fazem a estrutura do cérebro mudar."
Isso significa que o cérebro adulto também é plástico, capaz de ser moldado.
No ano passado, um estudo dos mesmos pesquisadores já mostrava redução da massa cinzenta na amígdala cerebral, uma região relacionada à ansiedade e ao estresse, em pessoas que fizeram meditação por oito semanas.
Mas qualquer um que começar a meditar amanhã terá esses mesmos efeitos benéficos em algumas semanas?
"Provavelmente sim", diz a neurologista Sonia Brucki.
Ela ressalta, no entanto, que a idade média dos participantes da pesquisa é baixa e, por isso, não dá para afirmar com certeza que isso acontecerá com pessoas de todas as idades.
Agora, a pesquisadora Britta Hölzel quer entender como essas mudanças no cérebro estão relacionadas diretamente à melhora da vidas das pessoas.
"Essa é uma área nova, e pouco se sabe sobre o cérebro e os mecanismos psicológicos relacionados a ele. Mas os resultados até agora são animadores."